monografia complicações em implantes

 

RESUMO

Os implantes osseointegrados revolucionou a reabilitação oral de pacientes edêntulos parcial ou total e, embora na literatura atual a sua taxa de sucesso seja superior a 90%, complicações inerentes a prática estão sujeitas. Este trabalho teve por finalidade realizar um levantamento bibliográfico acerca das complicações decorrentes das reabilitações com implantais dentais. As complicações de forma geral podem ser de caráter biológico, quando relacionadas ao paciente ou técnicas, quando relacionadas a prática cirúrgica e/ou ao implante. Algumas complicações são bem documentadas na literatura e podem ser previstas no ato da delimitação do tratamento, outras por sua vez, não. Quando manifestada e não tratada, as complicações podem levar a falhas e perda do implante dentário. Algumas consequências como a fratura do implante são raras, em contrapartida, outras como peri-implantite, são mais comuns. De forma a garantir o sucesso dos implantes, o tratamento do paciente deve ser delimitado com bastante detalhes, visando controle da condição clínica, incluindo a fase pré-operatória, bem como monitoramento de saúde e acompanhamento pósoperatório.

Palavras-chave: Implantodontia, complicações, reabilitação oral, implantes dentários.

ABSTRACT

Osseointegrated implants have revolutionized the oral rehabilitation of partial or total edentulous patients and, although in the current literature their success rate is greater than 90%, complications inherent to the practice are subject. This work aimed to carry out a bibliographic survey about the complications resulting from rehabilitation with dental implants. Complications in general can be of a biological nature, when related to the patient or techniques, when related to surgical practice and/or the implant. Some complications are well documented in the literature and can be foreseen when defining the treatment, while others cannot. When manifested and untreated, complications can lead to failure and loss of the dental implant. Some consequences, such as implant fracture, are rare; on the other hand, others, such as peri-implantitis, are more common. In order to guarantee the success of the implants, the patient's treatment must be delimited with great detail, aiming at controlling the clinical condition, including the preoperative phase, as well as health monitoring and postoperative follow-up.

Keywords: Implantology, complications, oral rehabilitation, dental implants

SUMÁRIO

  1. INTRODUÇÃO
  2. ............................................................................................... 4
  3. PROPOSIÇÃO
  4. ............................................................................................... 5
  5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................... 6
    1. Reabilitação oral: osseointegração ........................................................... 6
    2. Complicações relacionadas ao paciente................................................... 6
    3. Diabetes mellitus................................................................................. 6
    4. Tabagismo .......................................................................................... 7
    5. Hábitos funcionais e parafuncionais ................................................... 8
    6. Tratamento com medicação quimioterápica ....................................... 8
    7. Complicações relacionadas à fase cirúrgica ............................................. 9
    8. Migração intra-sinusal do implante ..................................................... 9
    9. Perfuração da membrana Scheideriana ............................................. 9
    10. Hemorragia iatrogênica....................................................................... 9
    11. Deiscência da ferida ......................................................................... 10
    12. Complicações relacionadas a longevidade do implante.......................... 10
    13. Peri-implantite................................................................................... 10
    14. Fratura do implante........................................................................... 11
  6. DISCUSSÃO................................................................................................ 12
  7. CONCLUSÃO .............................................................................................. 14
  8. REFERÊNCIAS................................................................................................ 15

1. INTRODUÇÃO

A perda dentária é considerada um dos maiores agravos a saúde bucal, dado a alta prevalência e aos danos estéticos, funcionais, psicológicos e sociais ocasionados. A técnica de osseointegração descrita por Bränemark em 1966, revolucionou a implantodontia, ao permitir a reabilitação oral de pacientes edêntulos (MORAES, 2018). Desde então, a osseointegração tem sido a primeira escolha de tratamento para a reabilitação oral, em decorrência da sua capacidade de proporcionar uma reabilitação de alta retenção, estabilidade e conforto (CATALUDO, 2022). Os implantes são biomateriais, na maioria das vezes de titânio, fixados no osso da mandíbula e/ou maxila de forma a substituir a função das raízes dos dentes ausentes, servindo de suporte para o dente artificial (COSTA et al., 2022). O sucesso dos implantes depende de uma observância rigorosa de critérios estabelecidos para garantir um bom prognóstico (BATISTA; POLUHA, 2021). Embora na literatura atual, a taxa de sucesso dos implantes osseointegrados sejam superiores a 90%, complicações inerentes a prática estão sujeitas (CATALUDO, 2022). Apesar de seguro e eficaz, a ocorrência de falhas não é isenta, a taxa de insucesso pode variar de 1,5% a 3,5% na maioria das vezes, podendo alcançar a margem de 10% em casos isolados (BATISTA; POLUHA, 2021). As complicações dos implantes podem variar de leve a grave, podendo evoluir a falhas e consequentemente perda do implante. Grande parte das complicações podem ser evitadas com a seleção adequada do paciente e planejamento do tratamento. As complicações resultam de um processo multifatorial, geralmente relacionados ao paciente e a técnica utilizada (SIQUEIRA et al., 2020). A fim de tornar o índice de sucesso da reabilitação oral cada vez mais previsível, as complicações devem ser estudadas constantemente. Dessa forma, este trabalho busca abordar as principais complicações que podem vir a ocorrer em decorrência da reabilitação oral com implantes dentários.

2. PROPOSIÇÃO

Realizar um levantamento bibliográfico acerca das complicações decorrentes das reabilitações com implantais dentais.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Reabilitação oral: osseointegração

A ausência de dentes afeta significativamente a qualidade de vida do ser humano. Técnicas para restaurar a funcionalidade e estética dos dentes vem sendo realizada pela humanidade desde tempos imemoriais. Na odontologia, a reabilitação oral é a área especializada na restauração dos dentes, de forma a recuperar a funcionalidade e a harmonia estética. O tratamento de reabilitação oral pode ser realizado mediante próteses fixas e removíveis, oclusão e implantes dentários (MARTINS; PEDRAÇA; FERREIRA, 2020). Desde a descoberta da osseointegração, a reabilitação mediante implantes osseointegraveis tem sido cada vez mais frequente entre pacientes edêntulos parcial e/ou total. A técnica é definida como uma conexão estrutural e funcional direta entre o osso vivo ordenado e a superfície de um implante de carga, trata-se de um prérequisito para o sucesso clínico a curto e longo prazo dos implantes dentário (ELIAS; MEIRELLES, 2010). Apesar do avanço da medicina e todo conhecimento desenvolvido aos longos dos anos, toda e qualquer cirurgia e/ou procedimento, mesmo que baixo, está sujeito a um índice de intercorrência ou complicações associadas. Algumas complicações são bem documentadas na literatura e podem ser previstas e evitadas no ato da delimitação do tratamento, como o controle da hiperglicemia, outras por sua vez, não. Quando manifestada e não tratada, as complicações podem levar a falhas e perda do implante dentário (GREGO et al., 2009). De forma geral, as complicações e intercorrências na implantodontia são de caráter biológico, quando relacionadas ao paciente e técnicas, quando relacionadas a fase cirúrgica (ALVES et al., 2017).

3.2 Complicações relacionadas ao paciente

3.2.1 Diabetes mellitus

A diabetes mellitus é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia (níveis elevados de glicose no sangue) que resulta de defeitos na secreção de insulina (o pâncreas não produz insulina suficiente), ação da insulina (o organismo não consegue utilizar eficazmente a insulina que produz) , ou ambos (WAGNER et al., 2022).

O tipo mais comum de diabetes mellitus, o tipo 2, que representa 90-95% das pessoas com diabetes mellitus. A hiperglicemia de longo prazo do diabetes mellitus muito comumente leva à falha, dano e/ou disfunção de muitos tecidos e órgãos do corpo humano, causando morbidade clínica substancial (WAGNER et al., 2022). As consequências da doença geralmente resultam de um conjunto de efeitos negativos da doença, que incluem atraso na cicatrização de feridas, complicações microvasculares, resposta prejudicada à infecção, metabolismo ósseo prejudicado e resistência óssea, entre outros (ALANSARI; SHAHWAN; CHRCANOVIC, 2022). Os resultados sugeriram que o diabetes mellitus exerce influência nas taxas de falha do implante quando comparado a pacientes não diabéticos, apresentaram um risco de falha 77,7% maior do que em pacientes não diabéticos (ALANSARI; SHAHWAN; CHRCANOVIC, 2022).

3.2.2 Tabagismo

O tabagismo é uma doença crônica causado pela dependência à nicotina, presente nos produtos a base de tabaco. A doença em questão, tem forte influência na saúde geral e bucal do indivíduo. No que diz respeito à saúde bucal, aumenta o risco de doença periodontal, lesões orais pré-cancerosas e cancerígenas, cárie radicular e peri-implantite. Também causa alteração do paladar, coloração dos dentes e restaurações, bem como retardo na cicatrização de feridas após extrações, procedimentos periodontais e cirurgias ortognáticas (KASAT; LADDA, 2012) O ato de fumar aumenta a expressão de citocinas pró-inflamatórias, como a interleucina-1, que contribui para aumentar o dano tecidual e a reabsorção óssea alveolar. A nicotina possui efeito na síntese de proteínas celulares e prejudica a capacidade de adesão do fibroblasto gengival, interferindo assim na cicatrização de feridas e/ou exacerbação da doença periodontal (SANTOS et al., 2021). Vários autores consideram o tabagismo como um fator de risco primário centrado no paciente para a perda do implante. Vários estudos relatam uma taxa de falha de implantes em fumantes em comparação com não fumantes, variando de 6,5% a 20% (KASAT; LADDA, 2012). O impacto negativo do tabagismo no resultado do implante pode estar relacionado a vários fatores e seu mecanismo pode ser mediado por vias biológicas locais e sistêmicas (MIRANDA et al., 2018).

A vasoconstrição causada pela absorção local de nicotina na corrente sanguínea é mostrada como um fator significativo para a falha do implante em alguns estudos. Isso pode explicar as taxas de falha mais baixas na mandíbula posterior entre os fumantes, uma vez que essa área é coberta pela língua e, portanto, protegida contra a influência local da fumaça do tabaco (OLIVEIRA et al., 2018).

3.2.3 Hábitos funcionais e parafuncionais

A parafunção oral é definida como uma ação extrafuncional de certos componentes do sistema estomatognático. A automatização desse tipo de ocorrência que persiste na forma de um arco reflexo é denominada hábito. Os hábitos parafuncionais orais são descritos como a ação de apertar ou ranger os dentes (bruxismo), entre outros (VOHRA; SHALINI, 2020).

As tensões oclusais parafuncionais estão diretamente relacionadas com a taxa de sobrevida dos implantes, pois acarretam em elevado nível de sobrecarga local, causando reabsorção óssea ao redor do implante dentário, fratura dentária e consequente perda do implante (KANG et al., 2019).

3.2.4 Tratamento com medicação quimioterápica

A quimioterapia é o tratamento mais utilizado para tratar pacientes com câncer. Trata-se de um medicamento para destruir as células cancerígenas do corpo humano. Apesar do seu enorme benefício, a quimioterapia interfere significativamente a migração das células reparadoras ao local danificado, diminuindo, portanto, a formação da matriz tecidual e produção de colágeno, além de comprometer a proliferação de fibroblastos, inibir o reparo das feridas e diminuir a produção de colágeno (GUO et al., 2010).

Apresenta como efeito tardio, alterações vasculares que conduzem a má nutrição óssea, desencadeando posteriormente um quadro de osteoporose. Essa condição clínica afeta a osseointegração dos implantes. Há relatos clínicos que aqueles pacientes que recebem a medicação quimioterapia proveniente dos bifosfonatos, possuem em até 12% de chance de desenvolver necrose nos ossos da maxila e da mandíbula (MALUF, 2019).

3.3 Complicações relacionadas à fase cirúrgica

3.3.1 Migração intra-sinusal do implante

A região posterior da maxila é um dos maiores desafios a implantodontia, pois é vulnerável a instalação dos implantes em decorrência da baixa densidade óssea e pneumatização do seio maxilar (GARCIA, 2017). A introdução do implante no seio maxilar pode ocorrer tanto na fase cirúrgica, quando o procedimento não é realizado corretamente ou não houve planejamento do tratamento, ou tardia, quando ocorre reabsorção óssea ao redor do implante (FROUM, 2013).

Os sintomas relacionados a migração do implante para o seio maxilar são normalmente citados como: pressão da face, cefaleia difusa e radiograficamente há um aumento da radiopacidade do seio maxilar, caso não removido, pode evoluir a uma sinusite aguda ou crônica (GARCIA, 2010).

3.3.2 Perfuração da membrana Scheideriana A membrana schneideriana é uma membrana espessa, composta por epitélio pseudoestratificado colunar ciliado que reveste o seio maxilar (NOOH, 2013). A perfuração da membrana Scheideriana é a complicação mais comum (10% - 34%) da técnica de elevação do seio maxilar, quando este apresenta altura óssea inferior ao limite desejado para instalação do implante (JOHNSON; LINCICUM, 2020).

Diante da perfuração da membrana, é possível se deparar com vários outros problemas, como: hemorragia, lesão do feixe neurovascular infraorbitário, migração do implante, edema, sensibilidade, infecção, sinusite e perda do enxerto, afetando diretamente o implante endósseo (CORREIA, 2012).

3.3.3 Hemorragia iatrogênica A hemorragia é definida pelo extravasamento de sangue em decorrência do rompimento de um vaso sanguíneo: veia ou artéria. Na implantodontia, a hemorragia iatrogênica pode ocorrer em decorrência da perfuração da cortical óssea língual da mandíbula, durante o procedimento de instalação do implante, provocando injurias aos vasos sanguíneos (FREIRE et al., 2017).

3.3.4 Deiscência da ferida

A complicação pós-operatória mais comum é a deiscência da ferida, que às vezes ocorre durante os primeiros 10 dias. Fatores contribuintes de deiscência e exposição do material de enxerto ou membrana de barreira incluem tensão do retalho, trauma mecânico contínuo ou irritação associada ao afrouxamento do parafuso de cobertura, incisões incorretas e formação de sequestro de detritos ósseos. A exposição prematura de membranas de barreira também pode causar contaminação do enxerto e sua eventual perda (NÓIA et al., 2010).

Para evitar a deiscência da ferida, o fechamento sem tensão usando uma incisão de liberação bucal é o mais importante. As dentaduras devem ser aliviadas com um condicionador de tecido. Suturas de colchão combinadas com suturas interrompidas também são úteis. Quando a deiscência é pequena e ocorre dentro de 24 a 48 horas, o clínico pode ressuturar imediatamente a deiscência. Uma vez que o diâmetro da ferida é grande (2 a 3 cm) ou o tempo decorrido é > 2 dias, sugere-se que as margens da ferida sejam excisadas e ressuturadas (FREIRE et al., 2017; NÓIA et al., 2010).

3.4 Complicações relacionadas a longevidade do implante

3.4.1 Peri-implantite

A peri-implantite é uma condição patológica decorrente do equilíbrio deficiente entre resposta bacteriana e do hospedeiro após falha de osseointegração. A condição ocorre nos tecidos ao redor dos implantes dentários, caracteriza-se por inflamação da mucosa peri-implantar e perda progressiva do osso de suporte (MUMCU; FADHIL, 2018).

Os fatores desencadeadores da peri-implantite são multifatoriais, estão relacionados a má higiene bucal, histórico de periodontite, tabagismo, fatores genéticos, diabetes mellitus e em alguns casos, etilismo. O histórico periodontal é considerado como o principal fator etiológico (SCHWARZ et al., 2018). É uma condição clinica progressiva e causa danos irreversíveis nos tecidos duros e moles ao redor do implante e é acompanhada de reabsorção óssea, diminuição da osseointegração, aumento da formação de bolsa e purulência (CARVALHO; ROSSI, 2017). Sangramento na sondagem, perda óssea e profundidades de sondagem profundas podem ter outras razões além da inflamação, por exemplo, inserção muito profunda do implante. Ademais, o tipo e a forma do implante, o tipo de conexão, o pilar e o material e o tipo da supraestrutura afetam os tecidos moles e duros peri-implantar (SCHWARZ et al., 2018).

3.4.2 Fratura do implante

A fratura do implante é uma causa possível, embora improvável, de falha do implante, que ocorre muito raramente. Brånemark e colaboradores, cerca de quarenta e cinco anos atrás, relataram pela primeira vez 0,8% de implantes fraturados (GUSMÃO; DOMENE, 2022; TALLARICO et al., 2021). No entanto, embora os implantes tenham sido feitos em titânio grau um, a maioria dos casos foram restaurações completas do arco, que são menos prováveis de fraturar. Recentemente, de acordo com alguns manuscritos de revisão, a prevalência de fratura de implante foi relatada em torno de 1,0 a 1,5% (TALLARICO et al., 2021).

As causas das fraturas de implantes podem ser agrupadas em três categorias: 1) falhas relacionadas ao material e desenho do implante; 2) ausência de encaixe entre implante e coroa e, 3) hábitos parafuncionais (ex. bruxismo) (GUSMÃO; DOMENE, 2022).

Tanto a sobrecarga quanto o não encaixe passivo podem causar fraturas ou afrouxamento frequente dos parafusos protéticos antes da ocorrência de fraturas de implantes. Essas pequenas complicações são sinais de alerta que não podem ser ignorados e devem ser tratados, para evitar procedimentos mais invasivos, caros e demorados (JIN et al., 2017).

4. DISCUSSÃO

Nos últimos anos houve um crescimento expressivo no emprego de implantes dentários para reabilitação oral. Apesar de ser um procedimento seguro e eficaz, complicações e/ou falhas nos implantes podem acontecer, ainda que em menor proporção (MARTINS; PEDRAÇA; FERREIRA, 2020). As complicações biológicas que afetam os implantes osseointegrados são de grande interesse na odontologia contemporânea. Tais complicações referem-se principalmente a condições inflamatórias associadas a um desafio bacteriano (SCHWARZ et al., 2018).

As inflamações relacionadas ao tecido de sustentação são consideradas uma das principais causas de insucesso dos implantes dentários, sendo o aplico de placa ou biofilme ao redor dos implantes um fator determinante para a reação inflamatória e/ou infecção. A peri-implantite, um processo inflamatório de causa multifatorial, pode ser assintomática, ocasionando apenas sinais de sangramento à sondagem, perda de inserção e perda óssea, ou pode manifestar-se clinicamente como o aumento da profundidade de sondagem, supuração, drenagem dos seios da face e inchaço ou recessão da mucosa peri-implantar (SCHWARZ et al., 2018; CARVALHO; ROSSI, 2017).

Além disso, dentre os insucessos da implantodontia, temos a peri-implantite, hemorragia iatrogênica, fraturas do implante, entre outros. Alguns fatos aparecem como principais ou básicos, como a manipulação traumática dos tecidos, processo inflamatório natural do tecido peri-implantar e a sobrecarga ocusal. (JIN et al., 2017; GREGO et al., 2009; ALVES et al., 2017) Apesar de raras, as fraturas podem acontecer, sendo a principal causa a sobrecarga oclusal. O bruxismo aumenta a taxa de falha de implantes osseointegrados, causa sobrecarga oclusal nos implantes levando a novas complicações e perda dos implantes (TALLARICO et al., 2021).

Fatores biológicos como tabagismo e diabetes mellitus tornam o processo de osseointegração um fracasso. No entanto, algumas complicações inerentes a pratica de fumar e a hiperglicemia podem ser evitados, caso o paciente pare de fumar e a diabetes mellitus esteja controlada (CARVALHO; ROSSI, 2017).

Segundo Carvalho e Rossi (2017) um paciente relatou fumar por mais de 20 anos, cerca de 10 a 20 maços de cigarro por dia, contudo, 13 anos da realização dos implantes, ele parou de fumar. Neste paciente, foram instalados 5 implantes que mantiveram sucesso após 4 anos.

O tratamento em pacientes diabéticos é viável e seguro, contanto que o paciente atenda as exigências pré-operatórias e pós-operatórias. Embora haja um maior risco de falha, estudos demonstram que a otimização do controle glicêmico pode melhorar o grau de osseointegração, garantindo o sucesso do implante WAGNER et al., 2022).

5. CONCLUSÃO

Os implantes osseointegrados revolucionou a reabilitação oral e, apenar de altas taxas de sucesso serem relacionadas a prática, intercorrências e/ou complicações podem vir a ocorrer. O sucesso dos implantes pode ser afetado por vários fatores, sejam eles relacionados ao paciente ou a prática clínica, ou ambos. Algumas consequências como a fratura do implante são raras, em contrapartida, outras como peri-implantite, são mais comuns. De forma a garantir o sucesso dos implantes, o tratamento do paciente deve ser delimitado com bastante detalhes, visando controle da condição clínica, incluindo a fase pré-operatória, bem como monitoramento de saúde e acompanhamento pósoperatório.

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